Meio Ambiente e Construção

Diferença Entre Antigas Comunidades e Ecovilas
Sobre o que difere antigas comunidades do passado (ou até mesmo existentes nos dias de hoje) que causam pouco ou nenhum impacto ambiental do modelo e proposta das ecovilas, que são também pequenas comunidades buscando a auto-suficiência.
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As pequenas comunidades ou vilas tradicionais
Muitas pessoas podem dizer que as ecovilas não são algo novo e que já existem em demasia em alguns lugares (no ultimo quadrante do século 20, estas comunidades ainda retinham em torno de metade da população mundial), e já existiram em muito maior quantidade no passado. Muitas pessoas vivem em pequenas comunidades agrícolas que são um modelo de inspiração e de tamanho em escala humana para as ecovilas. Estas comunidades são as tradicionais vilas onde os habitantes sobrevivem da agricultura e dependendo do local também da pesca, e vivem em harmonia com a natureza e com seus vizinhos, sem violência, sem a classe de burocratas ou demais atividade típicas de grandes centros urbanos.
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Outras podem fazer a clássica pergunta. Se é tão bom viver nestas pequenas comunidade, porque as mesmas estão em extinção, com a maioria dos habitantes da terra tendo mudado para as grandes cidades durante o século 20? Ou então, se são assim tão boas, porque você mesmo não vai para lá?
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Por que as pequenas comunidades tradicionais não são modelo ideal de ecovilas?
Na verdade existe muita coisa para tirar de bom destas pequenas vilas agrárias, entretanto, talvez poucas pessoas que vivem nestas vilas, talvez considerassem seu modelo de vida como satisfatório para o desenvolvimento humano. Talvez por isto muitos migravam e migram para os grandes centros quando tem oportunidade.
O trabalho nestes locais era árduo, a expectativa de vida não é longa, oportunidade para estudo e desenvolvimento pessoal era praticamente nulo principalmente para as mulheres, e não existia oportunidade de diferentes modos de sustento ou meio de vida.
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A harmonia e boa convivência entre os moradores de uma pequena vila, e também deles com o meio ambiente dependia de uma pequena densidade populacional. (No caso de tribos de índios, quando chegavam a tamanhos maiores do que eles julgavam adequado, se dividiam). Neste ponto, em termos de escala humana, o tamanho de uma ecovila tem similaridades com pequenas vilas tradicionais.

As pequenas vilas que existem mundo afora, geralmente utilizam sistemas agrícolas superados e agressivos ao meio ambiente, entre eles o desmatamento e queima das florestas. Outros utilizam sistemas de irrigação danoso ao meio ambiente. Estes sistemas utilizados não são necessariamente sustentáveis. Entretanto o impacto ambiental era mínimo se comparado com o causado pelos grandes conjuntos de centros urbanos e pelos métodos de agricultura e pecuária para produção em grande escala. Os danos causados por pequenas comunidades era facilmente regenerado pelo meio ambiente após alguns anos, caso o local fosse abandonado.
Sob o ponto de vista social, as vilas tradicionais, não são modelos ou protótipos de harmonia entre os seres humanos se vista sob a ótica do iluminismo, das liberdades individuais e equidade entre todos os seres humanos. A vida em muitas vilas espalhadas pelo planeta, tinham sistema patriarcal e ainda o tem em muitos países subdesenvolvidos. Mesmo fora do lar, podia ou pode existir disputas e desconfiança entre os habitantes das vila, das vilas próximas ou até com o mundo que as cercam.
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O que diferencia uma ecovila de uma vila tradicional?
As comunidades que se propõem à ser uma ecovila, se diferenciam por serem comunidades da era pós-industrial e pós-agricultural (sob o ponto de vista da agricultura tradicional), e procuram aprender com todo tipo de experiência humana. Embora o tamanho em termos de escala humana seja similar ao de uma antiga e tradicional pequena vila, a proposta das ecovilas não é uma volta ao modelo das antigas vilas.
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As ecovilas são derivadas de novas necessidade e oportunidades surgidas em decorrência dos inúmeros fatores como:

  • Novas restrições de ordem ecológica, que crescem com a alta densidade populacional das cidades;
  • Dos avanços tecnológicos e das novas técnicas e tecnologias eficientes para o uso de energias renováveis;
  • Do melhor entendimento dos ecossistemas e métodos de agricultura orgânica;
  • Do surgimento de novos meios de comunicação que promovem alto intercambio de idéias e entendimento entre os homens;
  • Das novas formas de organização humana, novos níveis de conscientização à nível global sobre a importância de preservação do planeta como moradia dos seres humanos como um todo.

 

Ecovilas e o fim das sociedades industriais: 
Então surge novamente a clássica pergunta. Se as ecovilas são algo tão bom e tão fantástico, por que todo mundo não se muda para uma ecovila ou inicia uma ecovila? Porque você mesmo não se muda para uma ecovila?
Apesar da sociedade industrial ser insustentável, esta proporciona uma enorme infraestrutura e padrão social que atende a muitos, sendo assim muito mais fácil viver em uma cidade da era industrial (ignorando a destruição do meio ambiente) do que ser voluntário a ser salvador do planeta e mudar-se para uma ecovila.
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Certamente quem mora em uma ecovila, são os pioneiros de uma nova era, com uma nova consciência social e visão de mundo. Não somente conscientizados com relação ao meio ambiente, como também pensando na harmonia entre os seres humanos. São pessoas que deixaram para trás o passado recente, o individualismo e o egoismo.
Estes pioneiros procuram uma nova harmonia para com os seus semelhantes e o mundo. Um mundo que ainda esta muito distante da maioria de nós, inclusive de mim, que edito e disponibilizo este artigo nesta página.

 

Fonte: JRRIO

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