Meio Ambiente e Construção

Notícia de 1/11/2016

 

Um estudo realizado pela Universidade Federal do Amazonas comprovou a eficiência de uma planta da região como biorremediadora em áreas contaminadas. De acordo com a pesquisa, a espécie tem a capacidade de absorver metais pesados do solo, como cádmio, cromo, cobre, chumbo, níquel e zinco.
Fruto de um trabalho de doutorado, o estudo teve como objetivo testar a capacidade de absorção dos metais pesados pela planta, que pode ser encontrada na flora de algumas matas ciliares da cidade de Manaus. 

 

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Conhecida como Orelha-de-elefante (Colocasia gigantea), pertence à família das aráceas e são plantas nativas da Polinésia, Sudeste asiático e Brasil.
São espécies herbáceas, perenes, com um grande rizoma que pode ser aéreo ou sob a superfície da terra. Parente do inhame, a orelha-de-elefante se destaca em qualquer projeto paisagístico, sendo destinada especificamente para jardins externos de grande porte, por causa das folhas que podem ter até a circunferência de tamanho igual ao capô de um automóvel. 

 

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Na pesquisa que durou 4 anos, foi realizada a coleta das plantas em áreas cujo nível de contaminação é elevado e em outras não impactadas. O uso de plantas para a descontaminação do solo e da água contaminados por produtos químicos é utilizado há mais de três séculos. A fitorremediação alcançou importância mundial por ser uma tecnologia que extrai ou imobiliza contaminantes de origem orgânica e inorgânica.
Os testes mostraram que todos os metais foram absorvidos da mesma forma independentemente do local escolhido e o chumbo foi o metal que apresentou maior concentração na planta, seguido por cromo, cádmio, cobre, níquel e zinco, sequência que se repete nas partes (caule, folhas e raízes) analisadas da planta.

 

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No Amazonas, a ocorrência de metais pesados se deve ao processo de ocupação desordenada, resíduos industriais, principalmente, na estação seca, quando foram encontrados os maiores valores de concentração. Outras fontes comuns são os resíduos urbanos, pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes que contêm mercúrio, muitas tintas que contêm chumbo, baterias de celular e plásticos coloridos que contêm cádmio.
Plantas com esta característica são conhecidas como exclusoras, ou seja, são capazes de tolerar grandes quantidades de metais pesados em seus tecidos, além de ser tolerantes a múltiplos metais. O resultado permite afirmar que a orelha-de-elefante é uma planta promissora para ser usada na implantação de um programa de fitorremediação, pois ela é hiperacumuladora desses metais.

 

Fonte: Raízes e Folhas

24 respostas

    1. Prezada Marine, procure por algum paisagista na sua cidade (geralmente, é um profissional agrônomo ou arquiteto). Pesquise em lojas de jardinagem ou de flores. Se não achar, pergunte à lojas de produtos agropecuários ou pesqueiros … alguém pode saber onde achar esta planta perto donde você mora.
      Atenciosamente, Fabio Henrique (diretor site MAC).

  1. Parabéns pela maravilhosa descoberta. Moro no interior de São Paulo e por mais que ame paisagismo, não tinha conhecimento dessa planta rara. Vamos espalhar essa boa notícia.

    1. Prezada Regina, procure por algum paisagista na sua cidade (geralmente, é um profissional agrônomo ou arquiteto). Pesquise em lojas de jardinagem ou de flores. Se não achar, pergunte à lojas de produtos agropecuários ou pesqueiros … alguém pode saber onde achar esta planta perto donde você mora.
      Atenciosamente, Fabio Henrique (diretor site MAC).

    1. Prezada Jan, não sei te responder esta questão. Pergunte a um biólogo, ou agrônomo, p/ sanar esta dúvida. Pode perguntar também a um profissional permacultor, especialista em tanques de biorremediação (águas cinzas – sem fezes – provenientes de pias de banheiro, cozinha e lavanderia)

      Atenciosamente, Fabio Henrique (bioarquiteto e técnico em meio ambiente).

    1. Prezado Vinícius, ótimo questionamento. No momento, não sei te responder. Consulte um agrônomo, ou engenheiro ambiental, p/ sanar esta dúvida. A princípio, acredito que uma planta taioba (também conhecida como orelha de elefante), ao morrer, deve ser tratada como um material especial no descarte, assim como pilhas e baterias (que têm metais pesados). Mas isto, somente, se houverem metais pesados no solo onde a planta esteve.

      Atenciosamente, Fabio Henrique (bioarquiteto e técnico em meio ambiente)

  2. Parabéns pela matéria, ótima informação. Trabalho em uma escola e tenho uma pequena horta. E nasceram várias plantas dessa orelha de elefante, mas como cresce muito acabo cortando. Mas com essa dica irei plantar em outros lugares.

      1. Prezada Rejane, com certeza. Se absorve tantos metais pesados, de um solo contaminado, não pode ser comestível em hipótese nenhuma.
        Existem 2 tipos de taioba: a comestível e a venenosa. Os 2 tipos são conhecidos também por “orelha de elefante” (pelo seu formato), mas tem esta diferença. Veja o site p/ esclarecimento: http://gshow.globo.com/RBS-TV-RS/Mistura-com-Rodaika/InspirAcao/noticia/2015/08/rogai-por-nos-orelha-de-elefante-saiba-curiosidades-sobre-plantas.html

        Atenciosamente, Fabio Henrique (diretor site MAC)

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